No Dia Mundial do Câncer, celebrado em 4 de fevereiro, o especialista em Oncologia Ortopédica do Vale do Paraíba, o Dr. Marco Mercadante, fala sobre a importância do diagnóstico precoce, que pode garantir a cura da doença com o tratamento adequado, e do acesso à saúde.
Atualmente mais de 12 milhões de pessoas no mundo são diagnosticadas todo ano com câncer e cerca de 8 milhões morrem. Se medidas efetivas não forem tomadas, haverá 26 milhões de casos novos e 17 milhões de mortes por ano no mundo em 2030, sendo que 2/3 das vítimas vivem nos países em desenvolvimento, segundo dados do Inca.
De acordo com o Dr. Marco Mercadante, no Brasil existem dois principais fatores para a demora de um diagnóstico.
Um deles é o acesso à rede pública de saúde, ainda ineficiente, e o outro é o cultural, ou seja, a doença quando descoberta já está em fases de desenvolvimento difíceis de serem tratadas.
“Hoje existem diversas alternativas de tratamento com taxas de respostas altíssimas, podendo falar inclusive em cura. E para que essa taxa seja cada vez maior, é preciso que o câncer seja diagnosticado precocemente. Alguns cânceres diagnosticados em fase inicial podem chegar até 70% de chances de cura”, afirmou o especialista.
O câncer ósseo (osteossarcoma), ou tumor ósseo, é um tipo de doença considerada rara pela medicina, mas que vem gerando maior interesse por parte da comunidade, pois, com a evolução das tecnologias em diagnóstico, tem um número cada vez mais recorrente de casos e tratamentos.
“Assim como os demais tipos de câncer, os tumores ósseos também são doenças derivadas do crescimento anormal de células em alguma parte do esqueleto e/ou dos tecidos que o recobrem. A melhor forma de evitar consequências piores no tratamento deste câncer é o diagnóstico precoce e esta é a grande lição que devemos lembrar neste dia de luta contra o câncer. O principal desafio é diminuir o tempo gasto para identificar o tumor”, afirmou Marco.
No caso do câncer ósseo, o tempo médio para se diagnosticar a doença é de seis meses, sendo que nos Estados Unidos se gasta apenas um mês para iniciar o tratamento.
Essa demora faz toda a diferença na recuperação do paciente, pois aumenta a sobrevida e diminui a possibilidade de amputação.
O especialista chama ainda a atenção dos próprios profissionais da saúde. “Para dar agilidade ao diagnóstico será preciso ampliar o conhecimento dos próprios profissionais para este caso raro de câncer. Disseminar a existência do câncer ósseo, seus sintomas e tratamentos, é a saída para diminuir a mortalidade e as amputações. Em um paciente que chega com dor no joelho, por exemplo, deve-se verificar mais atentamente se a dor não passar em poucos dias. Sabendo da oncologia ortopédica, os médicos poderão identificar o problema e nos encaminhar os casos com rapidez”.
O oncologista falou sobre a importância do Dia Mundial Contra o Câncer. “Queremos que a população se conscientize. Não só para buscar exames e diagnósticos precoces, mas cobrar do governo que instituições públicas e privadas se mobilizem para o combate ao câncer. Nós fazemos parte desta luta e o Ministério da Saúde também tem intensificado estratégias para ampliar o acesso da população aos serviços públicos de diagnóstico e tratamento dos vários tipos de câncer”, finalizou.
Dia Mundial do Câncer
A data foi instituída em 2005 pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) e tem como principal objetivo fazer com que o maior número de pessoas ao redor do Planeta fale sobre a doença.
A campanha 2016-2018 pretende mostrar como todos – em grupo ou individualmente – podem fazer a sua parte para reduzir o câncer.
Por isso, o tema escolhido foi: “Nós podemos. Eu posso”. Assim como o câncer afeta cada um de diferentes formas, todas as pessoas têm o poder de tomar diversas atitudes para reduzir o impacto do câncer nos indivíduos, nas famílias e nas comunidades.
No Brasil, a iniciativa é protagonizada pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, instituição parceira da UICC.
Este ano, o objetivo da campanha é derrubar alguns mitos relacionados à doença.
Mito nº1 – O câncer é apenas um problema de saúde
Na verdade o câncer possui implicações de grande alcance social, econômico e de direitos humanos, extrapolando o âmbito da saúde.
Mito nº 2 – O câncer é uma doença de pessoas idosas e de países ricos
Na verdade, o câncer é uma doença que não conhece fronteiras, podendo afetar pessoas de todas as idades e classes sociais.
Mito nº 3 – O câncer é uma sentença de morte
A verdade é que muitos tipos de câncer, que já foram considerados uma sentença de morte, hoje podem ser curados ou tratados de forma eficaz.
Mito nº 4 – O câncer é meu destino
A verdade é que, com estratégias adequadas, cerca de um terço dos tipos mais comuns de câncer pode ser prevenido. O tabagismo, por exemplo, está ligado a 71% de todas as mortes por câncer de pulmão e a pelo menos 22% de todas as mortes por câncer.